Nº 393

SER CRIANÇA DIANTE DE DEUS



Conta-nos o Evangelho de S. Marcos (Mc 10, 13-16) que as crianças eram apresentadas a Jesus para que as tocasse e abençoasse. Eram as próprias mães dessas crianças que tomavam esta audaciosa iniciativa. No seu coração – feminino e materno ao mesmo tempo – intuíam que o Mestre da Galileia podia dar aos seus filhos algo que elas não podiam dar: uma mercê que estava acima das suas capacidades; um presente que vinha directamente de Deus. E elas, como boas mães que eram, estavam dispostas a superar todos os obstáculos. Desejavam ardentemente, para aqueles que mais amavam nesta Terra, uma bênção vinda do Céu.
Os discípulos, ao verem aquele alvoroço infantil, procuravam evitar que Jesus fosse importunado. Era impensável que o seu Mestre, que tinha tanto que fazer e ensinar, perdesse o seu precioso tempo com aquele auditório barulhento e imaturo. No entanto – continua o relato evangélico –, vendo este modo de actuar dos seus discípulos, Jesus indignou-se. Os discípulos ficaram surpreendidos com esta reacção. Nessa ocasião, ouviram dos seus lábios um luminoso ensinamento que nunca mais se esqueceram: “Deixai vir a Mim as crianças e não as impeçais, porque dos que são como elas é o Reino de Deus. Em verdade vos digo: quem não receber o Reino de Deus como uma criança, não entrará nele” (Mc 10, 14-15).
Ser criança diante de Deus não é ser infantil, nem simplório, nem ingénuo. É simplesmente reconhecer a nossa pequenez. Reconhecer que diante de Deus somos muito pequenos – mais pequenos do que diante de nós um recém-nascido. Além de pequenos, somos verdadeiramente filhos de Deus. Podia não ser assim. Podíamos ser somente criaturas como o resto da criação, mas temos a dignidade de filhos de Deus. Somos – entre todas as criaturas visíveis – os únicos que foram criados à imagem e semelhança do Criador.
Ser criança diante de Deus é cortar pela raiz a tendência que todos temos para a auto- -afirmação. É uma tendência perniciosa, que faz enormes estragos no nosso interior e no relacionamento com os outros. É uma verdadeira lepra, da qual procede um duplo mal: afasta-nos de Deus e também nos afasta dos outros.
Ser criança diante de Deus é renunciar radicalmente ao orgulho e procurar uma humildade genuína. Existe uma humildade que não é genuína porque é sinónimo de acanhamento, timidez e ausência de personalidade. Se é verdadeiramente humilde, o cristão será – ao mesmo tempo – profundamente audaz. Sabe que sem Deus não pode nada, mas também sabe que com Ele pode tudo. Sabe que se conta com a ajuda de Deus – que é Pai e é Todo-Poderoso – não tem nada a temer. A vitória sobre o mal está garantida.
No fundo, ser criança diante de Deus é confiar completamente n’Ele, aconteça o que acontecer, como as crianças pequenas confiam totalmente nos seus pais.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

XX DOMINGO COMUM



TEMA



A liturgia do 20º Domingo do Tempo Comum repete o tema dos últimos domingos: Deus quer oferecer aos homens, em todos os momentos da sua caminhada pela terra, o “pão” da vida plena e definitiva. Naturalmente, os homens têm de fazer a sua escolha e de acolher esse dom.
No Evangelho, Jesus reafirma que o objectivo final da sua missão é dar aos homens o “pão da vida”. Para receber essa vida, os discípulos são convidados a “comer a carne” e a “beber o sangue” de Jesus – isto é, a aderir à sua pessoa, a assimilar o seu projecto, a interiorizar a sua proposta. A Eucaristia cristã (o “comer a carne” e “beber o sangue” de Jesus) é um momento privilegiado de encontro com essa vida que Jesus veio oferecer.
A primeira leitura oferece-nos uma parábola sobre um banquete preparado pela “senhora sabedoria” para os “simples” e para os que querem vencer a insensatez. Convida-nos à abertura aos dons de Deus e à disponibilidade para acolher a vida de Deus (o “pão de Deus que desce do céu”).
A segunda leitura lembra aos cristãos a sua opção por Cristo (aquele Cristo que o Evangelho de hoje chama “o pão de Deus que desceu do céu para a vida do mundo”). Convida-os a não adormecerem, a repensarem continuamente as suas opções e os seus compromissos, a não se deixarem escorregar pelo caminho da facilidade e do comodismo, a viverem com empenho e entusiasmo o seguimento de Cristo, a empenharem-se no testemunho dos valores em que acreditam.
(Dehonianos)

MEDITAR



Na FLOR da idade



- Ah! Quem me dera ter 20 anos – exclamava a minha avozinha, quando os seus setenta e muitos anos já pesavam sobre os seus ombros. É a FLOR da idade. É a idade dos possíveis.
Uma flor! Que lindo! Que maravilha!

Aprecia uma flor e tornar-te-ás mais sensível, mais delicado, mais Homem.
Ama uma flor e conseguirás amar desinteressadamente o mundo inteiro.
Cultiva uma flor e saberás ter sentimentos nobres.
Cuida uma flor e saberás estimar a tua mulher e os teus filhos.
Apanha uma flor e saberás colher, os frutos que semeaste na tua vida
Acaricia uma flor e saberás acariciar as crianças do mundo inteiro.
Contempla uma flor e saberás olhar mais longe e de repente estarás em oração.
Rega uma flor e saberás dar a muita gente motivos de esperança e razões para viver.

Sabes, meu jovem, uma flor fala sem nada dizer, interpela sem nada pronunciar, eleva o espírito sem nada fazer e inspira sentimentos nobres sem nada exigir.
Olha uma flor. Aprecia-a. Vê-te nela. Descobre-te nela. Tu estás na FLOR da idade.
Mas com essa idade, já terás dado alguma FLOR?

Do blogue Jovens & Missão


CONTO (268)



OS TRÊS FILHOS



Três mulheres iam para a fonte elogiando os respectivos filhos. Dizia a primeira:
- O meu filho é mais esperto e ágil que ninguém.
Dizia a segunda:
- O meu filho canta como um rouxinol. Tem uma voz maravilhosa.
A terceira permanecia em silêncio. As outras interpelaram-na:
- E tu que dizes do teu filho?
A mulher respondeu:
- Não sei que dizer dele. É um bom rapaz como há tantos. Não tem nada de especial.
No regresso, as três mulheres, carregando as bilhas, tiveram de parar para descansar um pouco. Com elas ia também um velho.
Vieram ao seu encontro os três jovens. O primeiro improvisou um espetáculo: apoiava as mãos no chão e dava saltos mortais. As mulheres olhavam extasiada: «Que jovem tão habilidoso!»
O segundo entoou uma canção. As mulheres escutaram-no comovidas. «É um anjo!»
O terceiro jovem dirigiu-se à sua mãe, pegou na pesada bilha e pôs-se a caminhar ao seu lado.
As mulheres perguntaram ao velho: «Então que diz dos nossos filhos?»
O velho, maravilhado, exclamou: «Filhos? Eu vi apenas um filho!»

In ALEGRE MANHÃ de Pedrosa Ferreira


Nota Histórica sobre a Assunção de Nossa Senhora ao Céu


Ao terminar a Sua missão na terra, Maria, a Imaculada Mãe de Deus, «foi elevada em corpo e alma à glória do céu» (Pio XII), sendo assim a primeira criatura humana a alcançar a plenitude da salvação.
Esta glorificação de Maria é uma consequência natural da Sua Maternidade divina: Deus «não quis que conhecesse a corrupção do túmulo Aquela que gerou o Senhor da vida».
É também o fruto da íntima e profunda união existente entre Maria e a Sua missão e Cristo e a Sua obra salvadora. Plenamente unida a Cristo, como Sua Mãe e Sua serva humilde, associada, estreitamente a Ele, na humilhação e no sofrimento, não podia deixar de vir a participar do mistério de Cristo ressuscitado e glorificado, numa conformação levada até às últimas consequências. Por isso, Maria é «elevada ao Céu em corpo e alma e exaltada por Deus como Rainha, para assim Se conformar mais plenamente com Seu Filho, Senhor dos senhores e vencedor do pecado e da morte» (LG. 59).
Este privilégio, concedido à Virgem Imaculada, preservada e imune de toda a mancha da culpa original, é «Sinal» de esperança e de alegria para todo o Povo de Deus, que peregrina pela terra em luta com o pecado e a morte, no meio dos perigos e dificuldades da vida. Com efeito, a Mãe de Jesus, «glorificada já em corpo e alma, é imagem e início da Igreja que se há-de consumar no século futuro» (LG. 68).
O triunfo de Maria, mãe e filha da Igreja, será o triunfo da Igreja, quando, juntamente com a Humanidade, atingir a glória plena, de que Maria goza já.
Agência Ecclesia



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Pensamento da Semana

O PRESENTE QUE HÁ EM SI?



Havia um homem sábio naquela aldeia, que guardava o único poço de toda a região.
Um dia, um menino aproximou-se e perguntou:
- O que há lá dentro?
- Ali está Deus.
- Deus está escondido dentro deste poço?
- Está.
- Quero ver. Disse o menino desconfiado.
O homem pegou-o ao colo e ajudou-o a debruçar-se sobre a borda do poço.
Reflectido na água, o menino pode ver o seu próprio rosto.
- Mas este sou eu?
- Isso mesmo. Disse o homem, tornando a colocar delicadamente o menino no chão.
- Agora já sabes onde Deus está escondido.
Autor desconhecido

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